PROPOSTA AO NOVO GOVERNO

PROPOSTA APRESENTADA AO GOVERNO E CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA EM MAIO DE 2015 (COM DOCUMENTAÇÃO ANEXA, INCLUINDO ORÇAMENTO E PLANO DE REUTILIZAÇÃO DE IMÓVEIS)

PROPOSAL TO EXTEND MIGUEL BOMBARDA OUTSIDER ART AND SCIENCE MUSEUM SUBMITTED TO THE GOVERNMENT AND MAYOR OF LISBON

DESENVOLVIMENTO URGENTE DO MUSEU MIGUEL BOMBARDA DE ARTE E CIÊNCIA

UM TESOURO PARA O FUTURO, PRESTIGIANTE PARA O PAÍS

UM PATRIMÓNIO EM RISCO, QUE TEM DE SER SALVAGUARDADO

O ex Hospital Miguel Bombarda é um património muito raro a nível mundial, pela diversidade e qualidade das suas valências, que inclui edifícios vanguardistas, uma das mais antigas coleções de arte de doentes (c.5000 obras), um notável acervo de fotografia (c.5000), de material clínico e de mobiliário, além de um precioso e vasto Arquivo, com dezenas de milhares de processos, livros de registo, relatórios, correspondência, múltipla documentação social, etc, desde 1848.

Só uma pequeníssima parte do acervo está exposto no atual Museu do Hospital, fundado em 2004 (visitado por 40000 pessoas, sobretudo estrangeiros), instalado no Pavilhão de Segurança, o edifício a que os visitantes têm acesso. O restante acervo e todo o arquivo foram transportados, aquando do encerramento em 2011, para o Hospital Júlio de Matos.

Recentemente (DR, 6-10-2014) foi aprovado o processo de Classificação do Edifício Principal, integrando-o no Conjunto de Interesse Público já existente, do Balneário D. Maria II e do Pavilhão de Segurança, com todo o recinto incluído na Zona Especial de Proteção, mas com características por definir… A Classificação é uma importante vitória do movimento contra projetos imobiliários que só iriam desertificar mais a zona.

A Cultura Portuguesa está perante uma oportunidade que não deve desperdiçar. Com efeito, a única reutilização para todo o Edifício Principal que respeitará a sua classificação só poderá ser a ampliação do Museu, por manter a identidade histórica do imóvel e preservar os interiores, em alvenaria, que resistiram ao terramoto.

Este património continua em risco e tem de ser salvaguardado. Assim, a totalidade do acervo e do arquivo deve regressar ao Hospital, e o Museu deve ser desenvolvido e ampliado a curto prazo, sem esperar por novos e dispendiosos projetos arquitectónicos e discussões durante anos sobre a Colina de Santana… enquanto se degrada o património. Seguindo, aliás, a Recomendação da Assembleia da República ao Governo sobre o Hospital Miguel Bombarda, aprovada por unanimidade, que indica a valorização dos elementos artísticos, documentais, clínicos e o mobiliário a serem mantidos no Hospital (Resolução nº 99/2011 de 6 de Abril, DR, 2-5-2011).

Será um Museu de Arte e Ciência, de Arte de Doentes e Outsider, de Ciências da Mente e do Cérebro, de História, Sociologia, e outras, com Centro de Investigação, museu de sítio, com o seu espírito de local e recheio muito próprios, e um dos mais representativos a nível internacional, instalado no Edifício Principal e nos pequenos Pavilhão de Segurança, Balneário D. Maria II e Laboratório. E com nome do mais prestigiado médico-cientista na sua época, que fundou no Hospital um dos primeiros Museus de Arte de Doentes da Europa, e o dirigente máximo da revolução republicana.

Este Museu inovador e singular, com o passado a servir a ciência do futuro, não pode ser rejeitado, por ignorância ou miserabilismo, ou por despeito, como é frequente suceder no país. Ao exibir a criativa e fascinante Arte de Doentes de crescente popularidade (hoje sem local apropriado de exposição em Portugal), promoverá a saúde, elevando a auto estima, e desmistificando a perturbação mental, contra o estigma e a discriminação.

O Museu será autónomo de um possível Museu no Hospital de S. José, dada a sua especificidade e segundo a tendência museológica internacional (anexo), podendo ser tutelado, em modelo a definir, pelo Ministério da Saúde e pela Secretaria de Estado da Cultura, em eventual parceria com o Município de Lisboa (que reutilizaria os edifícios em poste telefónico e em U para exposições), suportado por verbas da União Europeia, a não perder, e de mecenato, e com apoio científico e financeiro de entidades da sociedade civil. A venda seria cancelada pela Estamo-Ministério das Finanças ou o Município permutaria o terreno, como tem efetuado noutras situações.

O Museu ampliado será uma instituição dinâmica, com sustentabilidade financeira demonstrada pelo Orçamento que apresentamos, de turismo cultural, nacional e estrangeiro, revitalizador dessa zona histórica. E que será instalado a curto prazo, praticamente sem obras de vulto, mantendo a autenticidade dos interiores, desenvolvendo-se de modo faseado, e sem dispendiosas cenografias expositivas.

Solicitamos assim ao Governo e à Câmara Municipal de Lisboa, que, pelo superior interesse nacional, promovam o desenvolvimento urgente do Museu Miguel Bombarda de Arte e Ciência, baseado nesta proposta, um muito reduzido investimento em cultura, de elevado efeito económico multiplicador, e de enorme prestígio para o país.

As suas 3 componentes museológicas atingirão públicos alvo diferentes, atraindo portanto um elevado número de visitantes: 1ª Edifícios únicos no mundo (o extraordinário Pavilhão de Segurança, de 1892-1896, o elegante Balneário D. Maria II, de 1853, a ser restaurado, com o equipamento de hidroterapia original) só por si peças surpreendentes, e locais emblemáticos (gabinete onde foi assassinado Miguel Bombarda, Sala do Museu de 1898, Salão Nobre com azulejaria barroca, Igreja rocaille c.1738, e outros) de forte atração, em visitas guiadas; 2ª No Edifício Principal, acervo e exposições exclusivamente da exuberante arte de doentes e arte outsider, tanto da coleção do hospital (pintura, azulejos, escultura, poesia e prosa) como das dezenas de ateliês existentes no país, de inéditos artistas outsider e de intercâmbio internacional, de crescente adesão; 3ª No Edifício Principal, acervo e exposições sobre saúde mental, história da ciência e do Hospital, além da catalogação e acondicionamento do acervo e do riquíssimo Arquivo, estes ocupando dois pisos.

Existirão ainda dois núcleos, um dedicado à Congregação da Missão de S. Vicente de Paulo, que erigiu o edifício principal, e outro dedicado à implantação da República, que incluirá o gabinete do Prof. Bombarda e a sala contígua. Funcionará o Centro de Investigação, com Biblioteca e o Arquivo, de acesso sujeito a marcação. Imprescindível será uma Galeria, junto à recepção, para venda de obras, também fonte de receita, um Atelier e Centro de Apoio de materiais de arte para autores outsider, conferências e workshops, e um serviço educativo. Foi elaborado um plano de reutilização, minorando despesas com pessoal, um layout das áreas destinadas às diversas funcionalidades.

Prof. Maria Luísa Figueira, Presidente da Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental

Prof. Victor Oliveira, Presidente da Sociedade Portuguesa de Neurologia

Dr. João Azevedo e Silva, Presidente da Sociedade Portuguesa de Arte Terapia

Dr. Vítor Albuquerque Freire, Presidente da Associação Portuguesa de Arte Outsider

Pe. Álvaro Cunha, Padre Provincial da Congregação da Missão de S. Vicente de Paulo

Movimento de Apoio ao Museu Miguel Bombarda (aparteoutsider@hotmail.com)

– Petição com 1200 assinaturas manuscritas

Movimento e Petição propõem Desenvolvimento do Museu Miguel Bombarda de Arte e Ciência

O nosso Movimento Cívico solicitou em Abril/Maio de 2015 ao Governo e à Câmara Municipal de Lisboa, em Proposta detalhada, o alargamento urgente do Museu Miguel Bombarda, para todo o edifício principal, classificado em Outubro de 2014.

O desenvolvimento do Museu Miguel Bombarda de Arte e Ciência, inovador e singular, prestigiante para o país,  é a única reutilização que respeitará a própria classificação do edifício, erigido pela Congregação de S. Vicente de Paulo, com interiores originais que resistiram incólumes ao terramoto de 1755. Por outro lado, o Desenvolvimento do Museu garantirá a salvaguarda do seu património, que continua em risco, contra a destruição, um crime de lesa cultura.

O movimento cívico, apoiado pelas entidades da sociedade civil Sociedades Portuguesas de Psiquiatria, de Neurologia, de Arte Terapia, de Arte Outsider, e da Congregação de S. Vicente de Paulo, entregou uma petição, com 1200 assinaturas ao Governo e CML, de médicos e outros profissionais de saúde, professores universitários e intelectuais, cidadãos e moradores da zona, além de personalidades como o Arq. Nuno Teotónio Pereira, o Prof. João Lobo Antunes, a artista plástica Joana Vasconcelos, o poeta Manuel Alegre, os historiadores de arte Prof. Raquel Henriques da Silva e Prof. Vítor Serrão, os historiadores de ciência Prof. Ana Leonor Pereira e Prof. João Rui Pita, ou crítico de arte Alexandre Pomar.

Será um museu de sítio, instalado a curto prazo e desenvolvendo-se de modo faseado,  com um investimento muito reduzido, mantendo a identidade e o espírito do local, sem dispendiosas cenografias, mas proporcionando um elevado número de visitantes que garantirão a sua sustentabilidade financeira, comprovada pelo Orçamento apresentado.

            Movimento de Apoio ao Museu Miguel Bombarda

(contactos 933 207 951,  217585085, aparteoutsider@hotmail.com)

Conferência – Arte Outsider

Arte Outsider – Um Mundo a Descobrir

4 de Julho 2015 | 14:30 – 18:00

Auditório da Biblioteca Orlando Ribeiro / Telheiras / Lisboa

Associação Portuguesa de Arte Outsider

14:30 – Abertura

14:35 – Arte Outsider. Conceito, Fronteiras, Expansão. Vítor Freire

14:55 – Um Artista Singular: Solar dos Jorges, primeira exibição em Lisboa do filme sobre a obra de Jorge Soares. Produção Alexandre Pomar, realização Tiago Pereira e Alexandre Pomar – 35 minutos.

15:40 – Arte de Doentes: antecipação, influência na arte do século XX. Raquel Maria Silva

16:00 – Debate e conclusões

Arte Outsider - Um Mundo a Descobrir

Arte Outsider – Um Mundo a Descobrir

CLASSIFICADO EM OUTUBRO DE 2014 O EDIFÍCIO PRINCIPAL DO HOSPITAL MIGUEL BOMBARDA

Listed in October 2014 the main building of Miguel Bombarda Hospital, in Lisbon, Portuguese oldest psychiatric institution, founded in 1848

 

Recebemos no dia 2 quinta-feira ofício assinado pelo Diretor Geral do Património Cultural …, comunicando-nos a decisão de classificar o Edifício Principal do Hospital Miguel Bombarda, integrando-o no Conjunto de Interesse Público anteriormente classificado do Balneário D. Maria II e do Pavilhão de Segurança, informando ainda que desde já o referindo  edifício “está em vias de classificação”, portanto com todas as proteções legais previstas, incluindo a zona especial de protecção que engloba todo o Hospital, e as de conservação (que é urgente ser retomada) e as de integração na envolvente. (DR 2ª S, nº 192 de 6 de Outubro de 2014, anúncio nº239)

Tal decisão foi finalmente tomada quanto à Candidatura desse e de outros edifícios do H M Bombarda, por nós apresentada em Março de 2013 (com Estudo Justificativo em 3 volumes), e após a sua aprovação pela Secção do Conselho Nacional de Cultura, retida ou parada desde Novembro de 2013 na Direção Geral do Património Cultural.

As entidades subscritoras da Candidatura, consideram a Classificação do vasto Edifício Principal do H M Bombarda, ex Casa da Congregação da Missão de S. Vicente de Paulo, uma importante vitória do movimento cívico que encabeçamos, quer pela importância histórica e arquitetónica do edifício. a nível nacional e da Europa (salientam-se ser o primeiro espaço da memória da psiquiatria, de 1848, a rara Igreja rocaille inicial, c. 1738, o Gabinete onde o Prof. Miguel Bombarda o dirigente da revolução republicana foi assassinado, o Salão Nobre com valiosa azulejaria barroca, lápides e pinturas históricas, a Sala de um dos primeiros Museus do mundo de arte de doentes, de1898, o Celeiro e o Lagar com robusta colunata, etc, etc), quer pelo desenvolvimento do Museu do Hospital que proporciona (que está aberto ao público) quer pela sua localização dominante no recinto hospitalar.

Apesar de os outros edifícios e locais do hospital ainda não terem sido abrangidos (o Parecer favorável à sua classificação integral, dos próprios especialista da DGPC, foi ocultado e não considerado …), a classificação do Edifício Principal será decisiva para a salvaguarda de todo o Conjunto e contra os projetos imobiliários pretendidos que só iriam desertificar mais essa zona deprimida da cidade de Lisboa. Continuaremos a defender este Património único e os edifícios ainda não classificados mas abrangidos pela Zona Especial de Proteção que engloba toda a cerca hospitalar.

A nossa luta, pela salvaguarda da cultura portuguesa e europeia, que já havia contribuido para a suspensão dos Projetos da Colina de Santana, conseguiu agora outra importante  vitória. É o resultado de múltiplos contactos, ofícios, intervenções na Assembleia Municipal e na imprensa, da mobilização de milhares de médicos, outros funcionários e moradores, expressa em diversas Petições (uma delas ao Secretário de Estado da Cultura de 26 de Junho 2014 e outra em curso à Ministra das Finanças).

Lisboa, 4 de Outubro de 2014

Prof. Maria Luísa Figueira, Presidente da Sociedade Portuguesa de Psiquiatria

Prof. Victor Oliveira Presidente da Sociedade Portuguesa de Neurologia

Dr. João de Azevedo e Silva Presidente da Sociedade Portuguesa de Arte Terapia

Dr. Vítor Albuquerque Freire Presidente da Associação Portuguesa de Arte Outsider

Padre Visitador Álvaro Cunha, Congregação da Missão de S. Vicente de Paulo

Movimento de Apoio ao Museu Miguel Bombarda

Conferência – Arte Outsider (2014)

Conferência 2014

CANDIDATURA PARA A CLASSIFICAÇÃO, DE INTERESSE PÚBLICO, DE IMÓVEIS DO EX HOSPITAL MIGUEL BOMBARDA

Foi apresentada, à Direção Geral do Património, a 22 de Março de 2013, com carácter de urgência, a Candidatura inclui Memória Justificativa em 3 volumes, um Estudo profundo e irrefutável, assente em argumentos documentalmente comprovados, contendo importantes descobertas históricas, nomeadamente sobre os edifícios das Enfermarias em poste telefónico e das Enfermarias em U, bem como a Igreja em raro estilo rococó parisiense, o imponente Celeiro ou a Sala do Museu de Arte de Doentes, de 1898, mandada construir por Miguel Bombarda.

É subscrita pelas seguintes entidades:
Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental (Presidente, Prof. Maria Luísa Figueira)
Sociedade Portuguesa de Neurologia (Presidente, Prof. Vítor Oliveira)
Sociedade Portuguesa de Arte Terapia (Presidente, Dr. João de Azevedo e Silva)
Associação Portuguesa de Arte Outsider (Presidente, Dr. Vítor Albuquerque Freire)
– e, no que respeita ao Edifício Principal, igualmente pela Congregação da Missão (Padre Visitador, Pe Álvaro Cunha) – também conhecida por Padres da Missão, ou de S. Vicente de Paulo (instituição que integra a Família Vicentina, muito activa no país).

A Candidatura é acompanhada por declarações de apoio dos dois mais prestigiados historiadores de arte do país, a Prof. Raquel Henriques da Silva e o Prof. Vítor Serrão, diretores dos Institutos de História da Arte, respectivamente, da Universidade Nova e da Faculdade de Letras de Lisboa.
A Classificação justifica-se pelo facto de o Hospital, fundado em 1848, constituir um Testemunho Único da História da Ciência e da Cultura, e da Memória da Assistência aos Doentes Mentais , e de os Imóveis em causa apresentarem um Valor Arquitectónico e Artístico Excepcional, para o país e a nível internacional.


Apesar de o Balneário D. Maria II (1853) e de o Pavilhão de Segurança (1896) se encontrarem classificados desde Dezembro de 2010, e de o Museu do Hospital se manter parcialmente aberto ao público aos sábados à tarde, os outros preciosos edifícios estão EM RISCO de serem total ou parcialmente demolidos, para dar lugar a um condomínio privado com altas torres e um Hotel, um Atentado Ofensivo ao Património e à História do Hospital e da Congregação, por intenção da Estamo, empresa do Ministério das Finanças.


Juntamos Carta de Candidatura e Síntese da importância dos imóveis a classificar

Para mais informações contactar 933 207 951

Exma Directora Geral do Património Cultural

Dra. Isabel Cordeiro

Assunto: Candidatura como de Interesse Público, de Imóveis do ex Hospital Miguel Bombarda

O Hospital Miguel Bombarda foi o primeiro hospitalar psiquiátrico fundada no país, em 1848, com uma lotação de 300 camas, representando a histórica mudança de atitude da sociedade e da medicina face às doenças mentais, que passam a ser consideradas em pé de igualdade com as demais, beneficiando de tratamento em hospitais especializados.

Encerrado em 2012, o Hospital é um Testemunho Único da História da Psiquiatria, das Neurociências e da Assistência aos Doentes Mentais em Portugal, ao longo de 163 anos, reflectindo todas as suas fases evolutivas, em termos de tendências e de inovações médico científicas, culturais e sociais, em muitas das quais foi pioneiro.

Integra um conjunto de imóveis de diversificadas tipologias e de valor arquitectónico ímpar no país, a maioria dos quais construídos de raiz, funcionalmente inovadores para a época, segundo filosofias assistenciais psiquiátricas específicas e avançadas, formando o que podemos designar por Complexo do ex Hospital Miguel Bombarda, incluindo o Edifício Principal, ex Casa da Congregação da Missão e respectiva Igreja (1720-1740), que não sofreram danos com o terramoto de 1755 e que conservam a maior parte das instalações originais.

E, o que não é menos relevante, o ex Hospital Miguel Bombarda constitui ainda um Espaço de Memória da vivência hospitalar dos doentes mentais em Portugal, com estreita ligação à memória colectiva do país.

A excepcional importância daqueles imóveis para a História da Assistência aos Doentes Mentais, é reforçada pela existência complementar de um Arquivo Clínico, Forense e Administrativo, integral e multifacetado, desde a fundação em 1848 até ao encerramento em 2012, e do Acervo do Museu do Hospital (que permanece aberto ao público) de pintura e escritos de doentes, fotografia, material clínico e mobiliário, com mais de 12000 peças.

Este Arquivo e Acervo é o único conservado no país que retrata, clínica e socialmente, o período de 1848 a 1942, dado que a maior parte da documentação equivalente do Hospital Conde de Ferreira (de 1883) e das Casas de Saúde do Telhal (de 1893) e da Idanha (de 1895) foi destruída. E é raro em termos europeus, como, por exemplo, pudemos verificar nos célebres Hospitais de Waldau, em Berna, Suíça, e de Heidelberg, na Alemanha, onde parte significativa dos arquivos, guardados em sótãos, se perdeu.

Em tempo oportuno, o IGESPAR reconheceu o elevado valor do património do Hospital, ao classificar como Conjunto de Interesse Público, dois dos seus edifícios, o Balneário D. Maria II e o Pavilhão de Segurança, ambos de extrema raridade nacional e internacional, e incluiu na respectiva ZEP todo o recinto hospitalar (Portaria nº 1176/2010, Diário da República, 3ª série, Nº 348, de 24 de Dezembro de 2010).

Contudo, tal como acima explanámos, o Hospital integra outros edifícios de excepcional valor histórico e arquitectónico, e de diversificadas e interdependentes funcionalidades, que não se encontram classificados e salvaguardados, sujeitos ao sério risco de serem, no todo ou em parte, demolidos.

Vimos assim apresentar à Direcção Geral do Património a Candidatura de Classificação, com carácter de urgência, de outros imóveis de excepcional valor do ex Hospital Miguel Bombarda, como de Interesse Público, incluindo, nalguns casos, bens móveis de sítio, indispensáveis à salvaguarda da memória histórica e da própria estética de interiores.

A Candidatura é acompanhada por rigorosa e extensa Memória Justificativa, fruto de recente e inédita investigação, da autoria do Dr. Vítor Albuquerque Freire.

Os Edifícios que propomos serem classificados são: Edifício Principal, Edifício de Enfermarias em poste telefónico, Edifício de Enfermarias em U, Laboratório, Telheiro para o Passeio dos Doentes e pátio contíguo, Oficinas para os Doentes, Cozinha, Muro e Painéis de Azulejos de Autoria de Doentes, Poço e Tanque da Quinta de Rilhafoles.

Os edifícios situam-se na colina a norte do Campo de Santana, com altitude equivalente à Praça do Saldanha, e enquadram-se harmoniosamente tanto na envolvente, ainda na zona histórica, como na paisagem urbana de Lisboa, com o seu sistema consolidado de vistas, que seria irremediavelmente descaracterizada se esses edifícios fossem demolidos e se construíssem outros de maior altura, que afectariam também a extrema beleza do pátio-praça do Pavilhão de Segurança, sem prédios visíveis ao redor e aberto ao céu.

Somos, com os melhores cumprimentos

        Lisboa, 22 de Março de 2013

SÍNTESE DA IMPORTÂNCIA DOS EDIFÍCIOS A CLASSIFICAR

1.Edifício Principal

Grandioso e robusto imóvel, erguido na Quinta de Rilhafoles entre 1720 e 1740, para Casa-Mãe da Província Portuguesa da Congregação da Missão, anterior à actual Casa Central de Paris (a primeira, em St Lazare, foi saqueada em 1789 durante a Revolução Francesa, e depois demolida). A Congregação da Missão (que integra a Família Vicentina, actualmente muito activa) foi fundada no país em 1717 com apoio persistente de D. João V, contribuiu significativamente para a renovação da Igreja Católica em Portugal, nomeadamente formando milhares de padres das paróquias, e estabelecendo-se com os seus missionários em Goa, Macau, e Pequim, substituindo os jesuítas, e depois no Brasil, e desempenhando papel de relevo para a continuidade da língua portuguesa e do cristianismo na Ásia.

O Edifício, que tem sido esquecido pelos estudiosos de Lisboa, apresenta uma tipologia conventual sui generis, concebida para as actividades da Congregação segundo o ideário de S. Vicente de Paulo (1581-1660): austero, com vasta área destinada aos residentes dos retiros e aos alunos dos seminários (cerca de 70 quartos e salas, amplos corredores com cerca de 3 m de largura), em detrimento da dimensão da Igreja ou da existência de claustros. Das raras instituições religiosas de Lisboa a resistir incólume ao terramoto de 1755, conserva a quase totalidade das instalações originais, tal como demonstram as plantas de 1835, agora descobertas e estudadas.

Além do seu todo, no Edifício Principal destacam-se algumas partes de específica importância histórica e arquitectónica:

Igreja – em estilo rococó parisiense, de sóbria mas minuciosa decoração vegetalista, extremamente singular na arquitectura religiosa em Portugal e mantém a quase totalidade da feição original (excepto as 4 capelas laterais e a amputação da entrada) incluindo o seu belíssimo tecto.

Celeiro e Adega – no lado nascente do edifício, provavelmente anterior ao Celeiro da Patriarcal, em Vila Franca de Xira, com imponentes arcadas de volta inteira em lioz, e colunas de secção quadrangular, instalações conventuais de finalidade agrícola, muito raras na cidade de Lisboa.

Gabinete onde o Prof. Miguel Bombarda foi assassinado em 3 de Outubro de 1910, véspera do desencadear da revolução que dirigia, por um doente monárquico – o principal testemunho material da Revolução Republicana, existente em Portugal, conserva a feição da época e o retrato a óleo do Duque de Saldanha com a marca de uma das balas, e a lápide de homenagem colocada em 1911. No segundo andar conserva-se o apartamento onde residiram os diretores (e família), localizando-se aí uma lápide alusiva ao rebentamento de uma granada aquando da revolução.

Sala do Museu de Arte de Doentes e dos Cursos – de 1898, das primeiras instalações museológicas do mundo dedicadas à Arte dos Doentes Mentais, fundada pelo Prof. Miguel Bombarda, com baixo relevo em estuque, no tecto, alusivo às artes e à ciência, um local de enorme importância e significado histórico-cultural, em termos internacionais. Note-se que, no mundo, só em 1900 se realizou a primeira exposição de arte de doentes mentais, em Londres.

Salão Nobre – remodelação de 1948, da autoria do conceituado arquitecto modernista Carlos Ramos, conjuga sabiamente notável azulejaria barroca (um dos painéis possui 14 metros de extensão, sem interrupção por molduras), com um magnífico tecto Arte Déco, integrando ainda obras como o retrato a óleo, do Prof. Miguel Bombarda, de 1911, da autoria de Veloso Salgado.

De salientar ainda a Escadaria da Entrada Principal (de 1897),, a Sala das Arcadas (a seguir à Igreja), os gabinetes do escritor António Lobo Antunes, médico do Hospital até se aposentar em 2005, locais que preferia para o seu trabalho literário, ou a Fonte em Embrechado, do século XVIII, no pátio frente à entrada principal.

2. O Edifício de Enfermarias em poste telefónico (de 1894, e construção iniciada em 1885), é da autoria de José Maria Nepomuceno, o arquitecto do vanguardista Pavilhão de Segurança, e anterior a este. A investigação revela que é um dos primeiros edifícios do mundo com racional implantação em poste telefónico (três blocos paralelos unidos por outro bloco ao centro, facilitando a circulação de pessoas e materiais), antecedendo a Penitenciária de Fresnes, Paris, de 1898, a partir da qual se utiliza a denominação “em poste telefónico”. Além desta característica revolucionária, e de esteticamente ser um edifício de linhas escorreitas, pós neoclássico, pós “belle époque” e pré modernista, segue os celebrados princípios básicos do hospital psiquiátrico ideal, estabelecidos por Esquirol cerca de 1828: de um só piso, proporcionando segurança ao evitar suicídios, debruçado sobre espaços ajardinados para passeio dos doentes, e com dormitórios contíguos ao posto de enfermagem. Constitui assim um marco na história da arquitectura psiquiátrica não asilar, pela sua perfeita adequação assistencial, infelizmente sem continuidade no século XX.

3. O Edifício de Enfermarias em U (1900-1901), também apresenta notáveis características inovadoras para a época. Concebido após uma visita de Miguel Bombarda a vários estabelecimentos psiquiátricos da Europa, ensaia uma separação clara dos arejados dormitórios ventilados por altas chaminés, face aos espaços de apoio (modificando a disposição dominante tipo Nightingale), facilitando a vigilância e as circulações. O pavimento é constituído por lajes e vigamentos em betão armado, uma solução construtiva inovadora a nível internacional.

4. O Laboratório (1898), com sala de autópsias, de grande importância histórica, pequeno edifício, não sujeito a qualquer alteração, é o testemunho do lançamento e do ensino da moderna investigação médico científica em Portugal, iniciados fora da Faculdade de Medicina, no Hospital de Rilhafoles, pelo Prof. Marck Athias, (por convite de Bombarda, que mandou construir o edifício com essa finalidade), vindo da Sorbonne, sendo seus alunos uma nova geração de clínicos que iriam marcar a Medicina portuguesa, como Celestino da Costa, Carlos França ou Azevedo Neves.

5. Telheiro para o Passeio dos Doentes (1894-1895), em madeira, ferro fundido e telha, da autoria do arquitecto José Maria Nepomuceno, é uma construção única no país e rara internacionalmente, de grande dimensão mas elegante e bem integrado na envolvente, representando a humanização proporcionada pelo passeio diário dos doentes nos jardins e abrigos, ao ar livre, no período do Prof. Bombarda.

6. Oficina para Doentes (1896), também do arquitecto José Maria Nepomuceno, é um edifício pequeno e singelo, de baixo custo, mas digno e de funcionalidade perfeita, testemunho da vivência hospitalar, que incluía a terapêutica pelo trabalho.

7. Cozinha (1906), uma construção de tipo industrial, com cobertura piramidal para extração de fumos por lanternim-respiradouro, de extraordinário valor arquitectónico, sem paralelo no país, com sofisticada e espectacular estrutura ajustável em ferro, formada por 33 esticadores, 33 amarrações e fecho octogonal ao centro, suportando as cargas, e conferindo estabilidade, quer à cobertura, quer às paredes exteriores mestras.

8. Painéis de Azulejos, com 165 exemplares diferentes, criados e colocados por Doentes no muro junto ao Hospital de Dia, uma obra artística sem paralelo, de assinalável raridade internacional, pela multiplicidade temática e estilística, representativo da espontânea criatividade das pessoas com perturbação psíquica, expressa num meio de tradição identitária portuguesa.

9. Poço e Tanque da Quinta de “Rilha-Foles”, exemplar muito raro de equipamento de uma quinta dos arredores da Lisboa medieval, hoje no centro da cidade, utilizados sucessivamente, ao longo dos séculos, nos trabalhos agrícolas da quinta, do convento e do hospital.

Nova Página Museu Miguel Bombarda

Ver nova página Museu Miguel Bombarda, que inclui informações gerais, 31 fotografias e o Apelo de Personalidades.

See new page Miguel Bombarda Museum, with information and text in english, 31 photos and the Manifesto of Portuguese top artists, historians and scholars.

XICO NICO, ESCULTOR – ARTE OUTSIDER

Exposição organizada pela Associação Portuguesa de Arte Outsider em parceria com a Câmara Municipal de Lisboa Palácio Galveias, Lisboa, 4 Abril – 20 Maio

 

XICO NICO, SCULPTOR – OUTSIDER ART

Exhibition organized by the Portuguese Association of Outsider Art Palácio Galveias, Lisbon, April 4th – May 20th

 

Colóquios / Meetings – sábados dias 14, 21 e 28 de Abril 16h

 

Cumprindo o seu objectivo de descobrir e revelar artistas outsider portugueses, a Associação Portuguesa de Arte Outsider organiza a sua primeira Exposição, no Palácio Galveias, em Lisboa. Vão ainda realizar-se 3 Colóquios durante a Exposição, dedicados à Arte Outsider, nos sábados dias 14, 21 e 28 de Abril, pelas 16 horas.

Following the objective of discovering and revealing portuguese outsider artists, the Portuguese Association of Outsider Art organizes its first exhibition, in Palácio Galveias, in Lisbon. During the exhibition there will take place 3 Meetings on Outsider Art.

A escultura de Xico Nico

Xico Nico (Francisco Nico) nasceu em 1951, em Peniche, onde reside e possui ateliê, na Fortaleza. Desde a escola secundária começou a interessar-se pela escultura. Concluída a especialização em metalo-mecânica, foi durante 22 anos técnico nesse campo. Desde 1987 foi formador de metalo-mecânica na CERCI (cooperativa pioneira na reabilitação de deficientes) de Peniche, intensificando a partir desse período a sua actividade escultórica, certamente fruto da sua sensibilidade e do contacto humano com os inadaptados.

Participou em mais de 50 exposições coletivas desde 1990. Destaque-se o 1º prémio da Feira Internacional de Artesanato em 2008, a Exposição Coletiva “Figuras e Figurado” em 2008 no Pavilhão de Portugal, as Exposições Individuais, em 2010, no Edifício Cultural e na Escola Superior de Tecnologias do Mar, em Peniche.

Grande parte das esculturas de Xico Nico deve ser considerada Arte Outsider, e não Artesanato, e só assim as suas peças podem ser compreendidas e valorizadas, na sua plenitude. Com efeito, os elementos constituintes do conceito desse tipo de arte, definidos por Jean Dubuffet, estão presentes em Xico Nico: um artista autodidata, uma temática e uma expressão formal fruto do seu sentir profundo, pouco influenciada pela arte de tradição erudita, e até, nalguns casos, utilizando técnicas próprias e sui generis.

A notável e invulgar escultura de Xico Nico revela-nos um universo figurativo muito pessoal e perturbador, onde predomina não só o ser humano como uma vasta diversidade de animais. Todas estas figuras apresentam características singulares, exprimindo enorme força intrínseca de sentimentos, por vezes múltiplos e contrastantes, incluindo alguns de pendor expressionista ou provindos do inconsciente, pontuada, no caso dos animais, pela ironia ou pela inventividade no estado puro, síntese do olhar do artista reinventando o real. Nas suas esculturas os animais exibem fulgor anímico e soberbo, de corpo estranho ou mesmo insólito.

No modo como trata os materiais que domina (sobretudo o ferro e a pedra), Xico Nico consegue uma raríssima harmonia com o tema e a expressividade, mais visível quando escolhe os tipos de pedras (proporcionando diversificadas e inusitadas leituras), as pedras calcárias, recolhidas nas praias de Peniche, algumas exibindo o desgaste ou os orifícios que o mar primeiro modelou. Xico Nico adora criar formas novas e espontâneas, quase experimentais, afastando-se de um “estilo” estereotipado de autor, e, neste aspecto, ele é também um outsider, mesmo nos poucos casos em que se poderá aproximar de uma nova arte popular.

Tanto ao evocar um rosto humano, como ao interpretar a essência de um animal, as suas esculturas são obras poderosas, que demonstram a força interior e a surpreendente inventividade de um artista autêntico.

                                                                                     Vítor Albuquerque Freire

 

Xico Nico’s sculpture

Xico Nico (Francisco Nico) was born in 1951, in Peniche, where he lives and has an atelier, in the Fortress. While at secondary school he started being interested in sculpture. After he graduated in metal-mechanics, he worked in that field for 22 years, In 1987 he became a teacher at CERCI (a pioneer institution for the disabled) of Peniche, developing at that time his sculpture activity. He has taken part in more than 50 collective exhibitions since 1990. We can point out the first prize at the International Folk Art Fair held in Lisbon in 2008, the collective exhibition at Portugal Pavilion in 2008, the solo exhibitions held in 2010 at the Culture Building and at the Sea Technology School, in Peniche.

Most part of Xico Nico’s sculpture must be considered Outsider Art, and only through that perspective they can be fully understood and admired. The characteristics appointed by Jean Dubuffet in its concept of Outsider Art match Xico Nico’s profile: an untrained artist, with forms and subjects deriving from its own depths, with little or no influence from erudite art, and even creating his own techniques.

The remarkable and unusual sculptures of Xico Nico present a very personal and disturbing figurative world, where the main actors are humans and also a wide range of animals, displaying strong feelings, sometimes multiple and contrasting, including some of an expressionist approach, or proceeding from the unconscious, and, in the case of animals, stressed by irony and pure inventiveness. Trough the way Xico Nico uses materials, mainly iron and stone, he obtains a very rare harmony between subject and form, specially when he chooses the stones he picks himself at Peniche’s beaches, stones weathered and with perforations shaped by the sea.

Either evoking a human face or unfolding the essence of an animal, his sculptures are powerful works that demonstrate the inner force and the stunning inventiveness of a genuine artist.

                                                                                      Vítor Albuquerque Freire

Informação aos Media – Associação Portuguesa de Arte Outsider

Acaba de ser fundada a Associação Portuguesa de Arte Outsider, um verdadeiro acontecimento cultural, colmatando uma lacuna existente há muito no panorama das nossas artes plásticas.

Dos corpos sociais fazem parte Eduardo Nery, Vítor Freire, Raquel Henriques da Silva, Joana Vasconcelos, Helena de Freitas (Museu Paula Rego) e Alexandre Pomar, sendo desde já associados fundadores Simonetta Luz Afonso, Maria Filomena Mónica, Azevedo e Silva (Presidente da Sociedade Portuguesa de Arte-Terapia) os psiquiatras António Pacheco Palha e Adrian Gramary, e outras figuras de Lisboa e do Porto ligadas às artes plásticas, à arte-terapia, e à investigação neste domínio.

A Arte Outsider (Art Brut na designação francesa) não segue os padrões institucionalmente aceites, sendo criada por autores autodidatas, por vezes com perturbação psíquica. Em expansão noutros países mas quase desconhecida em Portugal, é uma arte inovadora e autêntica, que reflecte o sentir profundo dos seus autores, e que influenciou no século XX movimentos como o surrealismo.

A Associação, agora fundada (com contactos internacionais já estabelecidos), tem por finalidade divulgar o conceito desse tipo de arte, promover autores, salvaguardar obras (recorde-se o desaparecimento dos desenhos de alguns artistas outsider, como do famoso Jaime Fernandes), implementar levantamentos e estudos, criar um Atelier específico, entre outras.

Projecto empreendedor, abrangendo novos públicos, com repercussão no desenvolvimento do turismo cultural, a Associação também promete a realização de exposições de grande impacto, de artistas inéditos ou desconhecidos,

    Lisboa, 10 de Outubro de 2011

[ Esta Informação aos Media obteve boa recetividade, com notícias nos jornais e rádios, nomeadamente no Público e Diário de Notícias, em cerca de 20 sites e blogues, e através da Lusa: ver Google]

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